2. Compromisso
2.1. Uma ideia de Universidade
A candidatura aqui apresentada e a Lista que a materializa foram desenvolvidas assumindo uma ideia de Universidade que se expressa nas suas várias dimensões, nomeadamente através do compromisso em seis eixos fundamentais. São estes:
– As pessoas. A UMinho, enquanto instituição universitária, é constituída essencialmente por pessoas, pelo que é fundamental que estas ocupem uma posição central no processo de gestão e de governação da universidade. Esta Lista compromete-se a colocar as pessoas no centro das decisões, valorizando o trabalho de todos os membros da Academia, incentivando-os e promovendo o seu desenvolvimento profissional e pessoal, potenciando também o equilíbrio da atividade profissional com a vida pessoal. Compromete-se, ainda, a empenhar-se para que a UMinho proporcione a formação necessária e crie oportunidades de progressão de carreira, defendendo o direito à participação ativa de todos nas decisões sobre o desenvolvimento da instituição e adotando novos modelos de decisão participativos e descentralizados;
– A valorização da identidade UMinho. Assumimos o compromisso de pugnar por uma Universidade capaz de se valorizar institucionalmente através de estratégias e práticas que reforcem a sua reputação, relevância e impacto. Apesar da incerteza financeira que o país ciclicamente atravessa, e que se repercute no financiamento das universidades públicas, a UMinho tem de ser capaz de encontrar mecanismos de mitigação eficazes, projetando-se na sociedade e reforçando e valorizando a marca UMinho, uma marca intrinsecamente ligada a uma ideia de Universidade eclética e completa, onde as várias áreas que a integram se apresentam de forma coesa e com um papel decisivo na construção de um saber abrangente e integrado;
– Uma universidade de investigação. Comprometemo-nos a promover uma Universidade com um forte foco na investigação e no desenvolvimento científico, priorizando a produção e a disseminação de conhecimento avançado e que resulte de uma abordagem colaborativa, interdisciplinar e internacional, integrando a investigação no ensino e na prática académica. Comprometemo-nos a garantir que os resultados da investigação promovam o progresso científico, cultural e social, fundamentando-se em práticas éticas e transparentes, ambientalmente responsáveis e alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Reafirmamos o nosso compromisso com o acesso aberto ao conhecimento e com a promoção da ciência aberta. Além disso, queremos também promover uma investigação que responda aos desafios globais, sem esquecer os desafios locais, consolidando a sua reputação como uma instituição inovadora, inclusiva e orientada para o futuro;
– A liderança da UMinho. Ao longo destes 50 anos, a UMinho conseguiu assegurar uma posição de destaque entre as universidades portuguesas e um lugar de relevo no contexto internacional. Esta Lista compromete-se a defender que a UMinho fortaleça dimensões como a autonomia, a liberdade académica, a diversidade e a pluralidade, a democraticidade e o humanismo, elementos essenciais para a construção de uma Universidade de referência. A liderança da UMinho passa, também, por torná-la mais competitiva, mais eficiente, mais amiga do ambiente e capaz de se apresentar como criadora de um ecossistema de inovação único, vocacionado para impulsionar a região e o país. Tal implica que a UMinho utilize o seu potencial agregador para se afirmar como uma força motriz na discussão e na promoção de políticas públicas em diversos domínios;
– Um ensino com identidade própria na UMinho. Num contexto de acentuada alteração demográfica, esta Lista compromete-se a promover um ensino de excelência na UMinho, que se torne a sua marca distintiva. Um ensino que combine a docência com a investigação, alinhado com as reais necessidades e potencialidades dos estudantes, criativo e socialmente relevante. A identidade do ensino na UMinho deve assentar no seu corpo docente e investigador altamente qualificado, na inovação das suas práticas pedagógicas, na ligação à investigação desenvolvida nos seus Centros, na promoção de um ambiente académico e cultural dinâmico e, não menos relevante, nas suas ligações com a comunidade e com o mercado de trabalho;
– A interação com a comunidade. Apresentando-se há vários anos como uma marca identitária da UMinho, o desenvolvimento e o futuro da Universidade terão de ser sempre assegurados através de uma articulação próxima e sistemática com a sociedade, com as instituições e com o tecido económico e empresarial. Esta colaboração deve ter a UMinho como centro de gravidade e funcionar como força motriz do desenvolvimento regional, contribuindo para o progresso da região e do país.
2.2. Uma ideia de Conselho Geral
Esta candidatura resulta de um movimento de colegas que, ao longo dos últimos meses, se mobilizou em volta de ideias e princípios que gostaria de ver defendidos em sede do Conselho Geral. Apesar da necessidade de se identificarem individualmente os membros desta Lista e candidatura, acreditamos que a nomeação e eventual eleição dos conselheiros devem ser encaradas como uma representação coletiva, fundamentada em valores e numa visão partilhada para a UMinho.
Além disso, entendemos que a atuação no Conselho Geral não se deve restringir à representação dos corpos eleitorais que nos elegem. Pelo contrário, os Conselheiros e Conselheiras devem representar institucionalmente toda a Academia, desempenhando as funções que lhes são atribuídas nos estatutos, mas também promovendo, sempre que possível, o debate sobre outros assuntos que a afetam, garantindo que os seus membros se sintam representados, conferindo à discussão a devida dignidade e enquadramento institucional. Comprometemo-nos, assim, a propor mecanismos de articulação que assegurem a auscultação atempada e eficaz das estruturas da UMinho.
No que diz respeito à atuação no Conselho Geral, esta Lista compromete-se a orientar as suas ações com base nos seguintes princípios fundamentais:
– Defender a preservação da natureza pública da Universidade;
– Incentivar uma postura de diálogo, de abertura à crítica e de procura de consensos ou compromissos em questões estratégicas para a UMinho;
– Fomentar um ambiente de confiança mútua com o(a) Reitor(a) e com as Administrações (UMinho e SASUM), numa relação de alinhamento estratégico que vise promover maior transparência e partilha de informação sobre as medidas executivas, sempre num contexto institucional de defesa do bem comum;
– Assegurar que todos os Conselheiros e Conselheiras participem ativamente nos trabalhos do Conselho, de modo a prestigiar a UMinho, adotando uma postura informada e responsável, evitando conflitos de interesse nos processos de decisão, especialmente em decisões que envolvam Unidades Orgânicas (UO) com as quais os Conselheiros e Conselheiras possam estar afiliados;
– Promover uma revisão do regimento do Conselho Geral de modo a tornar o respetivo funcionamento mais eficiente;
– Fomentar a transparência e a clareza na comunicação de todas as decisões do Conselho Geral, assim como em todos os documentos por si gerados;
– Encorajar todos os Conselheiros e Conselheiras a promover o diálogo e a conciliação de posições em relação a questões de grande importância para as UO, garantindo que decisões relevantes e estruturantes sejam sempre tomadas após a consulta das mesmas, procurando consensos alargados.
Um aspeto específico e pontual da decisão do Conselho Geral refere-se à definição do perfil dos membros externos. Acreditamos que este processo deve ser estabelecido com base no conhecimento e na experiência em áreas críticas para o desenvolvimento estratégico da UMinho que esses membros externos evidenciem, além de se considerarem os respetivos comprometimento e disponibilidade.
Entendemos que o processo de cooptação das personalidades externas do Conselho Geral deve ser conduzido com base em propostas claras e devidamente fundamentadas, assegurando que os membros indicados respeitem plenamente os princípios de ética e de serviço público. Além disso, é essencial garantir que os escolhidos estejam comprometidos com a missão da UMinho e possuam um perfil diversificado, refletindo a heterogeneidade em diversos aspetos, como o profissional, social e de género, entre outros.